domingo, 17 de maio de 2009

Juquinha e eu...o encontro de Páscoa na casa do seu Dito!


Era dia 8 de abril de 2007, um belo Domingo de páscoa! Fomos convidadadas, minha mãe e eu para almoçarmos na casa da minha afilhada de Crisma Cássia, ou melhor na casa da minha comadre Dina e Dito os pais dela...rsrsrsr...Bem conversa vai, conversa vem, almoço e alvoroço em andamento. Muitos convidados presentes, Lúcia Cabral, Lueli e seu marido, de Ivinhema, dona Adalgisa, Álvaro, Débora e Marcos, irmãos da Cássia, Janaína, amigos queridos de todas as horas doces, amargas, azedas, deliciosas...não importa...não são biológicoos, mas os considero minha família! Eita gente boa, o amor mora dentro daquela família com certeza! Bem também me lembro de dona Maria e seu Chiquinho pais da Jana. Uma amiga e afilhada da minha mãe mora pertinho, a Helena e seu marido Laerte, então resolvi ir até lá desejar uma feliz páscoa. Na volta, quando cheguei próxima a árvore que fica logo na entrada da casa da Cássia ouvi um miado, era de gatinho novinho com certeza....um miadozinho desesperado. Procurei em volta e não via nada, e percebi que o miado vinha do chão próximo a mim, e então vi embaixo da árvore uma armação de 4 telhas de barro formando uma caixa com cobertura, e qual não foi minha surpresa quando resolvi tirar a telha quue fazia a cobertura! Era um gatinho preto, recem nascido, com os olhinhos fechados. Peguei e entrei na casa da Cássia para dizer que eu vinha embora, porque precisava saber o que fazer com aquela coisinha tão pequena. Entrei na internet e busquei no google como cuidar de gato recém nascido. Fiquei preocupada porque encontrei o seguinte: Não pode dar leite de vaca para gatos, porque o leite de vaca contém lactose e os gatos não tem enzimas para digerir isso. Mas o que eu ia fazer?Era domingo, e nem que fosse dia de trabalho nas veterinárias daqui não iriam ter leites em pó para gatos. Então pensei: acho que um dia apenas ele não vai morrer se tomar um pouco de leite na seringa, misturado com um pouquinho de água bem morna. Lá dizia também que teria que fazer o que a mamãe gata faria, ou simular...tipo ela lambe o gatinho, então eu teria que umedecer com água morna um algodão e fazer o mesmo para estimular o "xixi" e o " cocô"...fiz isso, deu certo. Mas é tudo tão pouquinho e aquoso que nem suja o algodão direito. Bem, na segunda eu teria que ir pro mestrado, logo de manhã, então minha mãe ficou com a incumbência de cuidar da pobre criatura abandonada por algum desalmado! Sim, desalmado, sem coração! Não se abandona animais indefesos, isso é crime previsto em Lei. Quando terminei minha aula, tratei de ir na veterinária lá em Dourados mesmo, e só encontrei leite em pó para cachorros recem nascidos, mas o veterinário disse quue faltaria algumas vitaminas, mas que enquanto não chegasse o outro eu poderia dar que não teria problemas, também não tinha a lactose. Comprei também mamadeira com bicos minúsculos. Incrível, quando chheguei aqui deu tudo certo, ele pegou o biquinho da mamadeira com facilidade. De 3 em 3 ou de 4 em 4 horas dávamos mamadeira para esse bebê gato. Isso foi muito interessante e pegamos tanto amor no bichinho que a atenção era redobrada. O leite para gatos chegou e comprei, ele tomou até completar um mês, depois começamos a dar leite e ração pra acostumar, ração pra filhote. O gato ficou lindo, pelo brilhante, vermifuguei, cuidei para não ter pulgas, nada de gastos exagerados, afinal não é uma criança...mas nesse caso eu sentia como se fosse um filho. Pense: eu me preocupava com ele quando eu saía, ficava pensando se ele já tinha acordado. Quando o encontrei era mês de abril, então o tepo estava frio. Forrei uma caixa de papelão, e colocava uma garrafa plástica com água quentinha envolvida numa meia de lã dentro para que ele se sentisse aquecido, afinal ele não tinha a mamãe gato por perto, estava sozinho. Quando eu via ele estava deitadinho em cima da garrafa, porque era quentinha...e assim foi.
Um dia minha mãe teve que ir pra Campo Grande e fiquei só. Tinha que ir para o mestrado e como ficaria o Juquinha? Não iria ter como ir de moto! De ônibus não iriam permitir um gatinho, minúsculo que fosse...então peguei a caixinha coloquei ele dentro, com seus panos, mamadeira, leite em pó e fui pegar uma carona com alguém conhecido...acabei indo em um caminhão, uma pessoa da região. Cheguei em Dourados, liguei para o Marcelo e ele veio me pegar onde eu desci. No outro dia pela manhã dei a mamadeira e fui para o mestrado e deixei a incumbência de dar outra mamadeira com o marcelo...mas ainda bem que até eu chegar ele tinha acordado ainda. Dei a mamadeira e fui para a saída com o marcelo para esperar outra carona. Vim em uma caminhonete, com o Fitinha, gente boa da nossa cidade. A caminhonete balançava muito e tinha um ruido alto, o Juquinha tentava ficar em pé na caixa e caía dentro da caixinha....cansou de tentar ficar acordado que dormiu. Chegando aqui dei a mamadeirinha e ele dormiu, coloquei a caixinha atrás da geladeira pra aquecer e foi até o outro dia. Não tem como a gente não pegar amor a qualquer criatura que sinta necessidade da nossa ajuda, do nosso carinho. Ele era muito pequenininho. Estava gordinho já, e já queria correr todo desengonçadinho, um barato!!
Ele crescia saudável e feliz, e tanto minha mãe quanto eu gostávamos muito desse bichinho, ele nos alegrava muito e era interessante ver o desespero dele em deitar no colo quando via a mamadeira...ele segurava a mamadeira e puxava para si...incrível. E assim foi crescendo...maio, junho...julho...
Ele dormia dentro de casa, porque como era solitário, tínhamos medo que fosse para a rua a noite. Ele ficou com costumes diferentes dos outros gatos, porque não tinha medo de carros, de barulhos...e isso me preocupava. Quando minha mãe e eu nos sentávamos nas cadeiras de fio na calçada da rua tínhamos que deixá-lo dentro de casa, porque ele queria correr pela calçada e pela rua, e era difícil fazer ele ficar deitado quieto, aliás ele não ficava e eu tinha que correr feito doida atrás dele...rsrsrsrsrsrsr. Parecia criança mesmo, aquelas que temos que ficar atrás pra não atravessar a rua.
Completou 7 meses e dava ares de que queria ganhar o mundo, mas era tão inexperiente, não teve a companhia de nenhum gato, e quando parecia algum no quintal batia nele coitado, e ele vinha correndo pra dentro de casa...rsrsrsrsrsr.
Era novembro, ele já tinha 7 meses, pelo fato de eu ter cuidado dele o tempo todo e dado mamadeira sentia como um filho! Um filho gato...que engraçado!
Um final de semana, domingo, como sempre eu tinha que ir pra Dourados, e como sempre a mãe tinha que segurá-lo porque quando ele me via pegar a mochila, corria para perto da moto e depois corria para fora, para a calçada como se entendesse que eu ia viajar e queria ir junto. Era difícil de pegá-lo, ele corria em ziguezague. Minha mãe então conseguiu pegá-lo, e eu ainda disse: mamãe entra com ele, não deixa ele ficar vendo eu sair não, senão ele vai querer sair pra rua.
Fui para Dourados, já era noite quando cheguei lá. Duas horas depois, meu namorado recebeu uma ligação e ficou muito estranho, depois recebeu outra e ficava escondendo de mim. Achei meio estranho, até fiquei brava depois e briguei, porque ele nem deixava eu pegar no celular.
Saímos pra missa, depois fomos comer um lanche, era domingo, porque eu tinha que estar la pra aula do dia seguinte. O Marcelo tava quieto, estranho comigo. Quando voltamos ele resolveu dizer: O Juquinha morreu. e contou que minha mãe o procurou para colocar pra dentro de casa, logo depois que eu saí, porque ela ia dormir na casa de uma amiga, e procurou, chamou e nada. Aí nosso inquilino, que tinha uma lanchonete instalada no nosso prédio, chamou minha mãe e disse que achhava que era ele que estava caído no meio fio da rua. Minha mãe correu, ele tentava erguer a cabeça, mas acabou morrendo. O carro havia batido nele.
Eu acho que senti o que uma mãe sente quando morre um filho, parecia que eu tinha levado uma facada no meu coração tamanha foi a dor que senti...minha nossa, eu nunca pensei que pudesse sentir uma dor tão grande e chorar tanto pela morte de um animal de estimação. Já tive vários, mas nunca me senti assim. Parecia que tinham arrancado meu coração. Eu chorei a noite toda e tinha acesso de choro a toda hora. Acho que só chorei assim pela morte do meu pai.
Muitas pessoas dizem: porque você não cria uma criança? Bem eu acho que não se cria uma criança como se cria um animal! Animal se dá ração, não precisa vestir nem calçar, se dá carinho, mas banho de veeeezzz em quando, não se leva para a escola, aliás...bicho de estimação não se pode gastar como se gastaria para cuidar de um ser humano e isso eu não tenho condições. Acho que cada pessoa nasce com algum talento, uns gostam de cuidar de idosos e levam jeito para isso, outros para cuidar de crianças, outros de plantas, outros de animais e da natureza, como eu...cada um deve fazer aquilo que tem talento para fazer. Um artista plástico por talento, não deve cursar medicina e ser um cirurgião, a não ser que isto seja a sua vocação verdadeira, senão acontece o que vemos de vez em quando na mídia...morte certa, erros médicos horríveis...tudo por falta de seguir o que realmente deveria ter seguido, seu talento.
Então, amo a natureza, amo os animais, mas também ajudo as pessoas que precisam e não permito que cometam injustiças contra elas quando posso intervir, ao contrário de muitos que preferem ficar calados e não ajudar a ninguém, seja humano ou não...qualquer ser vivo.
Por hoje é só. Chorei porque lembrei de tudo novamente.

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