quarta-feira, 20 de maio de 2009

Histórias de sonambulismo e medo de escuro!

Bem, um dia, com 6 anos de idade, meu pai, logo depois que eu acordei me disse assim: Filhinha, quando a luz apagar você não precisa gritar, chame o papai, que o papai acende uma velinha e você não fica no escuro... eu não entendi porque meu pai havia dito aquilo...algum tempo depois meu pai descobriu que eu fazia aquilo dormindo. Talvez ele tenha descoberto isso quando eu saí do meu quarto altas horas, e cheguei na sala com ares de quem iria sair de casa, mas como meu pai estava dormindo na rede, na sala (mania de nordestino em períodos de muito calor) ele acordou, olhou para mim e viu que eu estava dormindo, não estava com uma aparência de uma pessoa acordada...bem estranho (coitado ele deve ter ficado com medo...rsrsrsrsrs...eu acho que ficaria), então ele disse calmamente: minha filha volte para a sua cama. E eu como um robozinho, dei meia volta e obedeci. No outro dia ele perguntou onde eu pensava em ir a noite? Eu não entendi, aí ele riu e disse que se ele não tivesse na sala talvez eu fosse acordar no meio da rua...rsrssr...Deus me livre. Aí descobrimos que eu era sonâmbula, e para piorar não dormia no escuro...ou pior ainda...poderia estar no décimo sono e se alguém apagasse a luz, era o mesmo que ligar o meu cérebro, só que eu não acordava, eu jogava os lençóis ou cobertores, pulava da cama e saía correndo para a primeira janela, gritava chamando minha mãe e se na janela tivesse cortinas essas eram jogadas por mim para longe da janela...engraçado isso tudo dormindo.
Certo dia, eu estava na casa dos meus avós, em Umarizal, uma cidadezinha do Rio Grande do Norte, não houve luz apagada nem nada, mas estava um calor de matar, e estávamos dormindo em redes. Eu dormia em uma rede perto da rede da minha prima, e no dia seguinte minha prima me contou algo que todos riram: ela falou o seguinte, prima pelo amor de Deus você quer me matar de medo? Eu falei: por que? Ela – “ ora, eu acordei e você estava com o lençól na mão, curvada olhando pra mim na minha rede, parecendo uma alma penada virada estátua! Aí eu disse vai dormir alma...e você voltou pra sua rede, você tava dormindo é?..morri de vergonha...rsrsrs.
Mas o pior, é que um dia, em casa, estava um frio daqueles de dormir com 3 cobertores, pijama de flanela, meias, touca....um frio!! E para completar chovendo. Nós morávamos, ainda, em uma casa de madeira, não tinha forro, e nos pés da minha cama,(mas não chegava a pingar na cama) tinha uma goteira e colocamos uma bacia que ficou a noite toda: ping, ping, ping, e claro que lá pelas tantas a água já estava na metade da bacia. Encostado na bacia e também do lado da parede que ficava a janela tinha um “malão” de madeira (é um móvel que parece um baú quadrado, mas por aqui chamam de malão), pois bem, lá pelas tantas, a luz apagou e eu como sempre, joguei as cobertas, pulei da cama, pisei dentro da bacia cheia de água e topei no malão, mas consegui arrancar a cortina da janela....nisso acordei! O coração parecia que ia pular pela boca, (aí vi o porque não se deve acordar um sonâmbulo)...meu pai e minha mãe já tinham disparado com uma vela para o meu quarto. Nossa, esse dia foi terrível...pensa dormindo quentinha e pisar numa bacia com água gelada.
Minha mãe disse que antes de eu nascer ela tinha ido ao santuário de Santa Terezinha em Vicentina, e o finado Pe Roberto deu a ela uma fitinha que ele trazia sempre que ia ver o corpo de Sta Terezinha na França, e ela disse que usou em volta da barriga grávida de mim, para ter um bom parto. Assim, quando completei 21 anos, e não dormia no escuro, ela pensou em me levar a esse santuário e pedir uma benção ao padre. Ele me deu umas balas de hortelã, e abençoou e disse para eu rezar 9 noite e oferecer a Santa Terezinha. Assim fiz e a partir de então nunca mais tive crises de sonambulismo e nem preciso mais dormir somente no claro. Mistérios da Fé!!!!

2 comentários:

  1. Obrigada pqe vç tirou muitas duvidas da cabeça de 3 pessoas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom. Espero ter ajudado com a minha história. Realmente eu era assim até meus 21 anos.

      Excluir